domingo, 26 de dezembro de 2010

história

páginas
silenciosas

cachoeira

coisa
que a
água
rasga
na
pedra.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

poemagrande

ano depois
e o poema
grande já
não cabe.

fragile

escrevo bobagem
é contrablindagem

prematuro

se
eu
para
se
descrever
nesse
troço
eu
ama
dure
seria.

viver

viver tem
sentido
viver tem
servido
viver tem
mantido
viver tem
mentido
teu viver.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

fotografa

a lua
no azul.
fotogramastral.
fotografava
o céu.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

robeigodard

araraquara.
doismilesete.
história.
eu.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

dualética

dizer
"não atrapalha"
convencendo
atrapalhar.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

linhocupada

puro desencontro.
mudo telefone.
alô, pronto?
entro por um,
sai pelo outro.

domingo, 5 de dezembro de 2010

camélia

no quarto ficou
cheiro de flor
domingo suave
cheio de amor.

fimdodia

tarde chove.
no fim dela
arco-íris e
luz amarela.

cielonuvoloso

curitiba
domingo
luz suave.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

pessoa

reencontrar
olho marrom
relembrar o
gosto do bom

artificiais

espouca rojão
sinto barulho
nenhuma emoção.

quaseparando

preciso parar
senão o tempo
para por mim.

acabar

fazer
dezembro
ser um
poema
rubro.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

jantar

quero quebrar
vidro virtual
e te comer com
limão e sal.

elipse

tenho muito
você na vida.
tento muito
você na vida.
tendo muito
você na vida,
a vida ficou
dividida.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

saldefruta

fluxo
mental
arte.
refluxo
estomacal
arde.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

poesiacompleta

sua poesia
ainda quero
inteira.
em caixas de
sapato,
envelopes de
papel, ou
gavetas de
madeira.

outrapalavra

minha vida caos
quando parar
talvez vire
uma flor
ou tras palavras
de amor.

sábado, 27 de novembro de 2010

afiadas

armas
temos
centenas.
umas
grandes
outras
pequenas.

duas décadas

no meio do
vendaval
olho ao
redor
e vejo
a poeira
baixando.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

saboreio

a boca doce
parece
ter recheio.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

sugo

molho de
tomate e
imagens.

bandidona

assaltante
de desejos
e solidões.

esteta

o palco
do teatro
esvaziava
quando ela
sonhava.

teor

pensei em
morte rimei
com sorte

domingo, 21 de novembro de 2010

em trânsito

viajar
pra
qualquer
lugar.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

r a i c a i

nem tudo inspira.
floresta quieta,
o corpo respira.

noite

negra
dor
louco
amor

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

setevidas

gato e gata
fortalezas
vira latas.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

tarde lunar

quando a lua
é um farol
não é mais dia
e tem sol.

aracnografia

palavras fio
teço a rede
vento esgarça.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

dormir

carinho mais
gostoso do
mundo
se faz
durante o
sono profundo.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

descomplexado

do tipo
que vai
no
analista
contar
mentiras.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

ascenso

pequeno surto
bombas pequenas
e pavio curto.

coletividade

coletivo
de muitos:
poucos.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

cem

número
redondo
que diz:
muitos.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

patrimôniamor

esses
amores
de atas,
pratas,
datas:
bravatas!

ósculo

saliva e pele
palavra não
descreve.

antimóvel

estas carcaças
diminuindo
o tempo social
necessário,
acelerando
o dia e o tempo
das coisas,
barateando
mercadorias,
inclusive
o trabalho,
passam buzinando
pro homem parar.

durar

na janela
buscar ar.
a cidade
toda dura.
eu duro.

domingo, 17 de outubro de 2010

foradeordem

o mundo,
imenso.
pequena,
a classe
média.

afoito

tendo
dentro
gravidade
nenhuma.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

atrito

se gerasse
uma métrica
uma carga
elétrica
haveria
réplica.

balançogeral

fazer um
balanço
de cordas.
pôr ordem
nas táticas
tortas.

poematerialistóricodialético

o passado
ensina.
o futuro
é distante.
o presente
passa do
limite.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

cíclico

Desencontrar e retomar
a espera. Reencontrar e
aguardar a hora. Verificar
se está na hora certa. Dar
corda, e esperar o sono.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

ato

canto
recanto
descanto
desencanto
desacato
pacato
acato
ato.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

decerto

vem de lutar,
combater.
eu disserto
contra quem?

(des)ser

descendo
pralgum
lugar
em busca
de quem
eu sou.

solar

anoitece
envelheço
amanhece
recomeço

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

nuncaestasemana

nunca
esta
semana
o tempo
passou
tão
rápido.
este
milênio
voando
como
nunca
esta
semana.
e o dia
hoje,
parece,
nasceu
de (a)manhã.

molharpé

precisando
molhar pé
na imensidão
pra salgar
de água
algo além
da face.

domingo, 3 de outubro de 2010

mar&céu

o céu
feminino
refletido
no mar:
estrelas
e infinito.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

minasgerando

minas
gerar
reanimar
a coisa
toda
que
brotou
em mim.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

dessincado

imagem discrepante
vê-se uma coisa
doutro instante

fundição

derretido
o aço
que há
em mim:
cansaço.

p&b

preto
interpreto
branco

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

indiscreto

não faço
comício
sou o
próprio
indício.

prontofinal

virgulas interrompem
períodos enormes
e pronto final.

versovagabundo

verso
curto
preguiça
maior que
o mundo.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

roubo

sou ladrão
de idéias
e vontades

poesiatambém

tarde a tôa
cinema as sete
teatro as nove
cerveja as dez
amar uma mulher
as onze.

desespelado

ando
sem
roupa.
sonho
gelado.
sinto
que
vão me
vestir.

poesia de maluco

escrevo
com pó
em
parede.
desgasto
idéia
apago
tudo.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

cachos

a forma
caracol
dela me
enovela

vida

encaro
com
doçura.
de dia
leve
a noite
dura.

fadas

entende-se
as fadas
pelos
olhares e
gargalhadas

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

invernoprimavera

setembro
tem dentro
um vento
que carrega
dores e faz
nascer flores.

domingo, 19 de setembro de 2010

queé?

temor
tremor
só pode
ser
amor

sábado, 18 de setembro de 2010

massas

amassa
a massa
moça.

águas

abri
torneira
não
caiu
cachoeira.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

letras

esses
efes
eles
tês.
vês?

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

(...)

inexoravelmentempolento

contradicaohistorica

anos tardam
horas voam
processo lento
tempo curto

presentismo

vive todo
dia como
nada
geração
apressada
vai chegar
onde?

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

novembro

vejo rostos firmes
desconhecidos.
prédios
tão velhos e tão
novos. fachadas.
volto pra casa que
não é minha.
sorrio
pra pessoas
que desconheço.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

intensaidade

caí de
cara na
intensa
idade
da vida.
muda o
rumo
todo dia
a bandida.

verborrazia

engolido
por esta
garganta
quero ser
o prazer
do arroto
a digestão
do verbo
a ruptura
dos versos
o sono que
dá no fim
do jantar.

querer

escrevo
grafo
vejo
desejo

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

lustro

lustrar os
móveis e
tirar o
cheiro
de
saudade
do armário.

musicamor

milton
me faz
amar
mais
mães
negras

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

vinagre

o podre
cheira
doce
mas
tem
sabor
do vinho
de padre.

descanso

querendo
aliar
mato
e mar

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

atúnico

Leia em
local
secreto
sem
fácil
acesso
mesmo
a você
sob o
risco
de explodir
o subjecto.

mater abismo

se te
mostro
infinito:
mito.
se te
mostro
imensidão:
chão.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

in ciso

confiável
novamente
volto
ter
trinta
dente.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

poemorto

fui fazer
poema
exagerado
quase vivo
abortei

lutar

flores
armas
natureza.
luta,
essa
surpresa.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

sopro

rosa
arco
vento,
sopro
desalento.

sábado, 28 de agosto de 2010

poeijo

porque longe,
escrevo.
perto estivesse,
beijo.

leia

não cansa
de me ler
porque
escrevo
sem saber.

maquinal

a peça
me apressa
faz que eu
meça o que
sinto por
você.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

olhoaolho

à primeira vista
desista.
mas caso o olhar
persista
não resista.

filmar

tento
muito
pouco.
faço a
pouco
tempo.

(sus)penso

o sorriso dela me bateu
pele branca, olho ateu.
dizer o que penso?
deixar tudo suspenso?

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

roer

roia
toda
unha.
parei.
achei
mão
toda
roída.
amei.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

cordas

cabelo
solta.
eu me
amarro.

olhares

cravo
flecha
e fogo.
queimo
meu
sufoco.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

meuperigo

branca toda.
olho vivo.
o sentido
do que olha
é todo meu
perigo.

domingo, 22 de agosto de 2010

cinemar

películas
decifram
imagens
durante
processo
nenhum.
Filmamos.

sábado, 21 de agosto de 2010

rosa

é rosa
quase
rubra
quando ri.
e o riso
me rouba
a cor
da pele.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

manhã

não é este
pouco sol
que fez o dia
mais quente.
é a saudade
fervendo
feito leite.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

cor

amar elo
sentir junto
amar ela
sentir só.

domingo, 15 de agosto de 2010

maré

mar
amar
remar
contra
mar é.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

desatar

desamarrado eu
querendo ancorar
num porto. cais.
suas cordas
te amarram toda.
eu tiro o nó de mim.
desamarrado vago
no oceano em mim.
palavras de dar nó
palavras de dar dó
desamarrado sopro,
a dó desato e fico
assim, só.

peçonha

o sentimento,
serpente,
ressente
por que
pressente
que alguém
parou de sentir.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

desversificado

falo em prosa
e não vejo a
hora que a poesia
se aposse de mim

ela

tantos amam
ela nem liga
diz que vive
vida bandida

terça-feira, 10 de agosto de 2010

cartadenãoentregar

fiz uma carta
pra não entregar.

Palavras sem norte;
Escrevi toda no sul,
em mim.

Sul do coração que
anda gelado; sul do
meu corpo calado,
quase como povo
assolado, que dorme
na lama e sorri.

Um poema curto,
uma carta falha,
um baralho mudo,
uma navalha cega,
um avião em queda,
uma alma à morte.
Carta feita inteira
toda pra ninguém.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

haicaiclassista

poesia de patrão
o povo grita sim
só ele que diz não.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

quandoé

amor
agente sabe
quando é.
chega
quieto fica
pulsando
pedindo olhar.
olha e
espreita o gesto.
pede
tenta calar.
Mas não cala.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

vago

Ando por ruas
tão cheias,
quase desertas.

Homens-folha,
homens-sanduíche,
pessoas-de-papel.

Mortos quase vivos
unhas-de- fome
guarda-chuvas.

Chove e não me
molha. Vago,
Simplesmente.

saudadedotempo

De repente a coisa ficou séria
e ficou óbvio que estava mesmo
indo embora. Olhei pra trás e vi
pasmo que todo aquele tempo
já tinha passado. Já, era agora.

Na cama, o lençol desmanchado.
A cadeira no quarto fora de lugar,
cheio de cantos que não tinham.
O lugar quieto me olha. Triste.

As pontes, as ruas, as linhas, olhos,
me olham duros. Quietos amigos e
balas que antes zuniam. Vãos vazios.
Estou com saudade de mim.
De alguém que eu era ontem.
De qualquer coisa que seria amanhã.

trememundo

Treme a terra na América do Sul.
Terremoto na América Central.
Uma terra de gente que treme.
Tremores de povos, de lutas.

Povos latino americano querem
Um tremor de abalar as estruturas
Do velho mundo.
Rasgar do fundo da terra, com suas
Raízes, toda a mentira do ‘novomundo’.
Somos tão velhos quanto a História,
O novo pulsa em nós e não nas palavras
Que o Velho Mundo nos ensinou.

Tremeremos o subsolo da história,
Toda a infrarealidade:
partiremos o chão da dominação.
Um terremoto no mundo,
Feito a mão.

sábado, 23 de janeiro de 2010

licença poética

escreve o
que quer
e ninguém
te enche
o saco.

poemaprosa

Silencio tímido,
diminuto.

Brincar com palavras
é brincar com ruídos.

Os que não fazemos,
os que pensamos,
grafamos.
Silêncios escritos.

Em silencio dizemos
com letras o que não
diríamos com barulhos,
conversas, discussões.

Dizemos a alguém
dizendo a nós mesmos
ao escrever. Calados.

A poesia não seria
ditada, nem sem querer;
nem a prosa seria.
Escrever: fazendo
em silencio nada
com palavras.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

saída de emergência (IV)

onde é o
fim?
o mundo
começa
quando?
acaba.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

poemapoema III

Põe vontade na idéia e

fermenta com palavra

alguma folha. Em papel,

parede, cresce o poema.


Massa de letrinha, não

leva ovo ou leite, nem

farinha, só letra e mão.

Inspiração tempo idéia.


Não assas nem cozinha;

tempera a coisa numa

vasilha fina e espera

olhando, fazer sentido.

Se não fizer, coma.

domingo, 17 de janeiro de 2010

amnéstico

Como se o dia anterior

tivesse sido um sonho,

a realidade me parecia

um negligente fruto da

imaginação.

Espécie de inconsciência,

amnésia, transe, e coma.

Repetição de sensação de

descontrole. O indivíduo:

solidão, medo e vazio.


A culpa. O sono. A dor,

. : . .!

O álcool ainda exala

no corpo, por dentro,

limpando levemente os

restos dos vermes que

a consciência não

me deixa lembrar, e

que ontem passearam

a noite toda comigo.


A memória da cor da sala

tão vaga, dando toda a

densidade que eu buscava

pro sonho. Estava certo de

que era eu que decifrava

cada gesto, que inventava

cada fala naquele lugar.

Achava mesmo que era eu

que sonhava o mundo pra

aquelas pessoas viverem.


Não era. Era uma noite.

Uma Casa. Uma festa.

Dia comum. E cada um

só podia viver a sua vida.

saida de emergência (III)

escape por
aqui antes
de outra
bebida.

diário

é um cancer
que se ingere
diariamente.
um cancer vazio
que se faz de
saliva engolida
e soluços.

sangue quente
que nasce nas
veias. um sonho
vazio que vaza
pras veias e faz
parar de pulsar.

é um cancer novo
um sonho que mata.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

cinemundolivre

O homem não

Vive só

De política.


Cinema

Mundo Livre.


O mundo não

vive sem

a política.


Cinema

Mundo Livre.


O cinema não

vive sem

a política,


Cinema

Mundo Livre.


O cinema não

vive só

de política


Cinema

Mundo Livre.


A Liberdade

A Política

O Homem

A Cultura


Um cinema

e um mundo,

Livres.

saída de emergência (II)

amnésia
alcoolica
local.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

saída de emergência

por onde
escapa a
idéia? não
sei, vazou.

tempo

Parafraseando
o Big ben:
"tic-tac"

centro do quarto

Cama no meio do quarto,

o que você sente?

Cama no canto do quarto,

do lado é parede

e o meio do quarto

fica vazio.


Cama no meio do quarto,

e o sono no centro

do meio do quarto.

E o sonho no meio

do canto do quarto

e o lado, parede.


Sonho no meio do quarto.

Sono terceiro no veio

do quarto.


Segundo não veio,

primeiro ou parto,

no canto é parede

no seio do quarto.


E o quinto não tem.