sábado, 31 de dezembro de 2011

pro ano

este ano
envelheci
quatro mas
descobri
a vida
inteira.

domingo, 25 de dezembro de 2011

receitas

não basta
a forma
pro bolo.

queria fazer

um haicai
incompleto
errático
impoético
antieclético
tod'hermético
anestésico
sem fim.

ranger

a casa viva,
ruído do tempo
som dos dias.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

co-movente

andando
juntos,
comovemos.
parados,
lado a
lado,
reparamos.

movente

amando,
ando.
parado,
fado.

cabe tudo

coração,
quase um
cofre de
um ferro
corroído
mas que
guarda
tudo que
lhe cabe.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

democracia radical

não esquecer
nunca que
a liberdade
resume tudo
pelo que
lutamos.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

por pouco

pensamentos
demasiado
longos para
enciclopédias
só cabem
na imensidão
do haicai.

um a um

faço
poemas
como se
fossem
pros dias.

sábado, 19 de novembro de 2011

cavalos movem-se

filmagem tão
atroz do
quadro que
respinga
tinta.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

diálogos

olá tudo
bem você
como anda
vou bem
há quanto
tempo veja
então isso
até já mas...

domingo, 6 de novembro de 2011

elas

a loucura
cotidiana
encrespar
e admirar
liberdade
de uma
mulher.

domingo, 23 de outubro de 2011

a eles

à vos
revolucionários
da boa hora,
que ficaram
para trás.
apologetas
do falso
novo mundo,
o capitalismo.
vos, purulentos,
podres, fétidos,
ricos, acumuladores
da mentira fácil,
do dinheiro,
a vocês todos doentes,
exploradores, ladrões
do tempo livre,
carcereiros da mudança,
senhores.
possuidores de vidas,
vocês imundos,
nobres,
burgueses.

vitae

sociólogo por formação
professor por opção
poeta por distração
cineasta pela 'ação'.

domingo, 16 de outubro de 2011

fluxorelativo

viagem no tempo.
só volta a hora.
pauta de relógio.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

presente passadeiro

se outubro
for pouco
já terei
sido muito

açucarado

o gozo
é doce
como o
açucar

domingo, 9 de outubro de 2011

engasgado

até pedra
se aperta
faz água
sou sangue
mas lágrima
não sai.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

coletivo

só é possível
Ser se Somos,
nada apenas É.

domingo, 2 de outubro de 2011

horizontes

fim das utopias
ou uma grande
era de miopia?

implosão

sou bomba
sem pavil,
não explodo
nem por dentro.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

revolucontrário

se poetas saem
do armário,
é mundo virando
ao contrário.

domingo, 25 de setembro de 2011

poema riscado

risco
corisco
risco
corisco
risco

florar

que a primavera
invada todos os
poros, os foros
da minha vida.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

pouca cor

a primavera amanheceu
cinza como a cidade
e a tristeza prevaleceu

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

tempo quando

futuro
irreal
maisque
perfeito

tempo verbal

vontade de escrever
verbo que não existe
tempo palavra chave
louca paixão resiste

povoeta

um brinde
e uma ode
ao poeta
de esteio.
os que não
vingaram,
aos pobres
poetas, os
desmerecidos.
os que sequer
sabem que
poetas são.
que tem suas
palavras
roubadas
pelos poetas
maiores, que
nem o dia-a-dia
da poesia têm,
um brinde a estes
poetas que cospem
a poesia, que
vagam palavra
errática inventando
a língua nova.
um salve
a estes poetas
imaturos
dos ônibus, filas,
praças, tresloucados
do jardim.
ao poeta da faxina,
o poeta coveiro e
o pedreiro e outros
ainda.
a esta poesia
da hora vaga,
do analfabeto,
da lingua viva,
igrafável,
não correspondente,
ateórica,
meteória,
dialética,
feita aos
tropeços do erro,
mundo dos vivos.
a este poeta imenso,
de vozes únicas
aos milhares,
a minha cortesia,
esta palavra
pouca, mal rimada
com voz rouca,
a nossa poesia.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

toda noite

por mais impossível
que possa parecer,
quero ser poeta
quando amanhecer.

onírico

sensibilize as retinas
com luz, cor, sabor,
e saltos de bailarinas.

sonhoreal

sonhe.
sonho
existe.

atemporal

ontem o tempo
passou esquisito.
fugi do tempo
mas o tempo
fugiu comigo.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

antítese

queria
tanto
subir
o morro.
mas se
subo,
morro.

domingo, 18 de setembro de 2011

guerra

aqui
jazz
a paz

chefes

o homem bravata
veste a gravata
e vira burocrata

cotidiano

pessoas
se matam
na frente
das casas.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

N O S S A

tua poesia,
pedra dura,
está plena,
só, madura.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

poeta

toda prosa
palavra feita
poesia perfeita

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

parede de papel

o papel
da arte
hoje é
o muro.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

boa noite

pros medíocres
como eu dormir
todos em paz.

chile

neste
setembro
me lembro
daquele que
nos oprime.

cúmulo

como se a rima
fosse acima da
palavra clímax

versoverso

lado de dentro
outro lado da
palavra aquela
qualidade de
sentido que só
é in verso

versoreverso

a fala
cala.
palavra
lavra.
refaz o
verso.

poema breve

um idealismo
vazio e uma
puta falta
de sentido.

castelos de areia

velas de cera
inexoravelmente
derretem idéias
frágeis castelos
de areia.

verso prosa

quanta poesia
desperdiçada
nesta prosa
cotidiana

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

angelo vecchio

em cada
ato pacato
desata o
velho fato

pra qualquer lugar

domingo
todinho
to indo

longe

saudade
só resta
palavras

esta pode

que a felicidade
invada os poros
de qualquer
palavra vaga.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Love

esta
arte
faz
parte

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

noventanos depois

é preciso cantar a vida
enquanto a mudamos,
pra desfazer o encanto
contra o qual lutamos.


ao maiaka

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

sem tudo

minha memória
é um bairro,
meu pensamento
tem cercas,
andava como
vaca criada,
agora como
água represa.

vintedoisdagosto

na minha terra
é assim que o
sol to'dia nasce:
cheio d'leste
sonhand'oeste.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

versolivre

vida como eu te amo
teus versos avessos
gestos restos ecos
do que pude saber
a tua alma esta viva
que me mostrou em
palavra imagem sangue
o teu versolivreforma
de viver a minha vida.

surrearte

viva o surrealismo
vulgar, agitativo,
anti-parnasianização,
arte louca e livre.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

insanodealismo

cada
louco
com
sua
mania
e que
deus
nos
salve.

pros dia de hoje

mais surrealismo
contra est'agonia
idealista de falsa
feliz idade.

aforisnietzscheraulzísticontemporâneo

assassinaram
o carpinteiro
do universo.

a faca e o couro.

couro do homem
cheio de sangue
faz medir melhor
o ponto do corte.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

torrencial

ela chuta
o mundo
pra ver
se rola
infinito
abaixo.

amor

pra não viver
redimido
daquela troca
de fluidos
e gemidos

montanhosa

esta gigante obra
de que estás prenha
se pare aos poucos
e morre-se ao fim.

chico do couro

morreu o chico
do couro;
antes cedo
do que louco.

dos céus

o pedro
manda chuva
e tem a chave

sábado, 9 de julho de 2011

afiando as facas

aproveitando
a falsa forma
democrática
pra forjar
instrumento
de lutas.

'bom' trabalho

enfrente
de frente.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

guayasamin

nem tudo cala na américa.
tampouco n'áfrica.
o povo índio não cala.
o exilado negro não cala.
a poesia das cores não cala.
os continentes estão
inscritos na nossa cara.
que se calem os invasores.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

lona frouxa

a gente
se apaixona
pro corpo
sentir que
o peito fura
como lona.

minguando

lua minguante
o sorriso fino
da boca da noite

domingo, 3 de julho de 2011

sacocheio

desisti
de tudo
e dormi
em paz.

paleta

color
indo
pra
chegar
longe

quinta-feira, 30 de junho de 2011

pro futuro

no sonho dela a
palavra errática
brinca com a vida
de forma lunática

terça-feira, 21 de junho de 2011

aquela luta

quando foi?
junho, dois
mil e sete.
quantos eram?
cento e doze,
todos jovens.
O que faziam?
lutavam.

peito deserto

quando a vida é
feriado prolongado,
só longa espera,
tudo parado.

nãopassarão

se nos forçam
entrar pelas
janelas,
quando
dentro
só podemos
defenestrá-los.

vinte de junho de dois mil e sete

enquanto
fecharem
as portas
da História
entraremos
pelas janelas

segunda-feira, 20 de junho de 2011

cotidianoverso

qual a chave
pra poesia
cotidiana?
pouca palavra,
forma refeita,
rima mal feita.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

poesia presta

palavra
mineral
presta
poesia
cotidiana

sede

um brinde
e goles
de poesia

workforca

deus
aluga
quem
cedo
madruga.

vigias

soldados
acordam
cedo
para
matar
nossos
sonhos.

terça-feira, 14 de junho de 2011

beramar

pra quando
outra onda
chegar

segunda-feira, 13 de junho de 2011

perdido

meu coração
grande demais
pro que sinto
minha mente
pouca demais
pro que sonho.

sábado, 11 de junho de 2011

desgaste

essas palavras
assim engrenadas
ficam acabadas

pronde vamos

de querer
e de ter
já não
saber o
que fazer

putaria

pus numa caixa
uma estrofe de
palavra baixa.

meu silêncio

este ruído
que tenho
ainda será
o barulho
do mundo.

[fuga]

esta poesia
será sempre
minha saída.

terça-feira, 7 de junho de 2011

heartbook

pra quando
o livro da
cara puder
abrir nossos
corações.

juvenilismo

só jovens pra mudar.
não basta ser jovem,
ainda tem que lutar?

domingo, 5 de junho de 2011

encontronírico

encontrar
num sonho
abraçar
dar notícias
do frio
um motivo
pra lutar
ser uma
mensagem viva
nos teus sonhos
materialistas

nossa mente

não é possível
ser sincero
com o nosso
subconsciente.
ele calado,
mente-nos.

ondas

nem o
mar me
acalma
mais.

momento

já não
quero
ser
agora.
sonhar
pra ser
depois.

quatranos

já faz
este
tempo
que me
caiu a
ficha.

confuso

se dizem
endureça
ouço
entorpeça.

sábado, 4 de junho de 2011

censor

in
publi
cável

sexta-feira, 3 de junho de 2011

re-memorar

e hoje
aqui
quem se
atreve
a falar
em greve?

suicídio

eu
morri
hoje.

apressado

só corro.

grevestudantil

dois mil e quatro
cinco seis ou sete.
lutando sempre,
onde quer que estivesse.

destelado

em junho
empunho
bandeiras,
ombro a
ombro
com nossas
fileiras.

queresia

poesia.
pra que
te quero?

saudade

o fóda
de viver
longe é
o medo
permanente
de perder
alguém que
não se viu
ontem.

terça-feira, 31 de maio de 2011

barba

cresce
o pelo
na cara.

peço

dá-me,
poema.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

rU Ss O

cons
trut
vism.

Ki nE Ma

dos
fil
mes?
fazê-
los.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

pela metade

manda
email.
meio
que
quero
lê-lo
inteiro.

terça-feira, 24 de maio de 2011

insisto

se a vida
é jogo duro
na ponta da
faca dou murro

segunda-feira, 23 de maio de 2011

o que fica

importante
mesmo é
a poesia
só ela
e tão
só ela.

trilhovagabundo

mais grande
que bonde
o coração
responde
cansado
de mim.

aquela data

que dia
podia
ser?

domingo, 22 de maio de 2011

finito

mar e céu
são formas
infinitas
que acabam.

quatro nós

finge que
sossega.
a sós, cega.
mas só
desassossego.
eu cego, vejo.
desejo.
mas continuo,
reto.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

temporal

aconteceu
que acontecia
o acontecimento
pra que acontecesse
aquela nostalgia.

verso prezo

verso livre
é ver só
desprezo.

ardendo

tenho dito.
se quiser
eu repito.

IMPUBLICÁVEL

poesia
pro poema
ser livre,
não livro.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

cartas

envelope gordo
cheio de poema
louco guardado.

viva

viva a falta
de educação.
o negócio
mal feito.
a pergunta
não respondida.
comida mofada.
louça lavada.
piada perfeita.
e a vontade de
rir.

comecem a sonhar

consciência
faz chorar
e envelhece

futuro imperfeito

eu preciso.
tu vacilas.
ele quer.
nós podemos.
vós temeis.
eles cairão.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

visão

o olho
mira
a mente
vê.

pontuado

reticências do olhar
três pontos
olhar reticente
ponto final.

nossos meses

naquele março
primaveril
não imaginavam
um fevereiro,
sequer outubro.
não suspeitaram
maio em abril.
alguém previu
este janeiro?
não basta
uma data, mês,
anos até, não
nos interessam.
construiremos
por séculos
um calendário
inteiro. novo.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

telhado

no telhado
um pombo
no telhado.
um ponto
no telhado
um tombo.
no telhado
um sonho
destelhado.

escapa-me

quanta poesia
desperdiçada
nesta vida
atarefada.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

bobagens

curta ou longa
metragem, quanta
bobagem, alguma
postagem, e uma
puta falta de
sacanagem.

metragem

curta
longa
ou
poema
coisa
na
lousa
mesmo

palmar

palma
lama
alma
ama

mundomudo

silêncio.
silencia
a cidade.

no vento

o vento
esfria
a narina.
esfola
a face.
inverno
lembra
revolução.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

pela tabela

música que
toca na
minha cuca.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

lunático

tendo a lua
como espécie
de utopia.

luar

o céu sonha
por detrás
de paredes.

terça-feira, 3 de maio de 2011

co-memore

nestes vinte
e dois anos,
quais planos?

maio

primeira manhã
fria de maio
tem cheiro
de novo

zenite

sábado
o povo
é feliz.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

palavra

a palavra
é coletiva,
dispersa.
de você pra
mim pra você.
palavra sai.
palavra não, fica.

loucos

loucura,
conta a
mina que
é uma
loucura.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

insone

acordado
eu sonho
com você

cicatriz

a vida é tão viva.
nem dá tempo
de lamber a ferida.

ruído

lugar no mundo
onde a noite
é tão silente
que o barulha.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

enrugado

qualquer lugar do mundo
de algum modo profundo
guarda a imagem do tempo.

terça-feira, 26 de abril de 2011

sólidas

tem flores
que nascem
em pedras.

tento

não vou
conseguir
tudo mesmo.

calando

que ouço
no escuro
do quarto?

a cidade
é grande.

barulho
do mundo.

chuvetílica

fora,
chove.
dentro,
pinga.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

anonimato

letras digitais
quase cavernas
onde ficaremos
guardados, pra
sempre anônimos.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

coragem

quando verdade,
mesmo que tarde,
se é, arde.

retratozilhada

olho um retrato
tempo mudado,
penso talvez ter
pego rumo errado.

terça-feira, 5 de abril de 2011

claramanhã

o que foi
o ascenso
daquele
dois mil
e sete ?
onde é que
foi parar
aquele
claramanhã?

escrituras

os papéis
falam por si.
uns rotos,
esmiuçados.
uns limpos,
indecifráveis.

golpe

então não
me defendo
mais. ataca.

presalvorada

poesia!
que é
pro sol
nascer
quadrado.

quarta-feira, 30 de março de 2011

vintecinco

os mitos
e os anos
da vida.
nesta data
que grita:
os amigos
atados, e
os dedos
atolados
na ferida.

florido

de lírios
de rosas
de flores
de cores
infindas
pra vida
ser feita
de dores.

trans torno

ela está livre,
todo resto preso.
na mente da moça
o mundo parece
estar pouco coeso.

quaseloucos

mas nós
ainda
queremos
encerrar
o surto
do mundo.

domingo, 27 de março de 2011

antítese

o ópio
dela
foi o
marxismo.

domingo, 20 de março de 2011

i n o v a r

pra ter o novo
faz-se força,
põe-se o ovo.

dêérre

buscando
liberdade
eu e ela
discutindo
até tarde.

dezoitodotrês

dizem
por ai
que é
o dia
do amor

segunda-feira, 14 de março de 2011

recíproca

eu gosto
de você
também.

domingo, 13 de março de 2011

curitialeto

o paranaês
me pegou
de jeito,
daí.

quinta-feira, 10 de março de 2011

circo futurista

no meu
peito tem
um rasgo.
uma lona
de circo
velho.
devassado
o picadeiro.
subversivo
o palhaço.

encoraja-te

quando
a vida
bate
forte,
tremo
e sigo.

aquela viagem

sempre me sinto assim
nos quarenta minutos
que te separam de mim.

quarta-feira, 9 de março de 2011

anti-complexo

a vida é
mais simples
que isso;
tão fabulosa
por isso.

[silencioso]

você
pega
pesado.

inglesa

Curitiba
é mais
londrina
que a tal
Londrina.

prece

God,
salve-a
de mim.

terça-feira, 1 de março de 2011

pá lavrando

sonhei
senti
expliquei
menti.

lavanderia

vamos
enfiar
a roupa
suja na
mala e
carregá-la

aristotélico

realiza-te
então,
potência.

fimdemês

ficou
cinza
o céu
novo.
não
chove,
venta
forte.

multidão

antiquado
poético
malamado.

manobrando

cuidado
pessoas.
atenção
na frente.
isso é um
caminhão.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

esse é pra acabar

fevereiro,
só tens
vinteoito,
mas fiz
trintaeum.

indi-gestão

quero fazer
você engolir
este sorriso

passar

pássaros
passando
voando
vão

ser e foi

sereia
seria
fossa
fosses

ultimoverso

uma linha
de fuga
pra não
encontar
mais o
verbo
destas
palavras.

AMR-8052

vi nome
trocado
na placa
do carro
anagrama
numerado.

bonita

encanta
olhar a
mulher
e ver a
criança
que foi,
a menina
que é.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

sexto sentindo

tenho sexto
sentido de bonde
algumas coisas
você não esconde.

a la carte

meu coração
pus na bandeja,
o resto entrego
onde ninguém
nos veja.

mosquitos

pequenos,
ínfimos,
ridículos,
mas à noite
no quarto
parecem ter
três mil
quilos.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

projeções

como se
através
passasse
luzdevela.
celulose
emulsionada
emparedando
fotobela.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

ultraje

vou vestir-me
de mim mesmo
e sair assim
desmascarado.

luando

saiu torta
meio insana
esta noite
curitibana.

inação

trancado
no meu
drama.

lagolhar

o homem índio
conduz o barco
protege o lago
me olha fundo.
no olho, ódio.
não me odeia,
mas a minha
figura branca.

expoliada

a Bolívia,
como uma
mulher
faminta,
estende
a mão,
dependente.

altitudes

silêncio
frio
o mundo
falando.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

cambios

Evo cambia.
Bolívia
segue
a mesma.

pacha mama

no quiero
ser el
hombre
blanco.

potosy

quem roubou
nossa alma
sul americana?

una moneda

povo
pobre
pede:
silêncio.

los mineros

no deserto
de pedras
são homens
que tremem.

el topo

piro
respiro
falta ar
morro
andino.

hielo

noite
andina
lua
cheia
ilumina.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

andina

nestas alturas
latino américa
é mais pacífico
que atlântico.

fronteiriço

homens com
mesmo rumo,
nortúnico,
têm algo
em comum:
bússulas,
antenas,
sonhos.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

andes

no ocidente
do ocidente
o acidente
oriental.

soledad

no trem
vagam
passageiras
solidões

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

rota trilho morto

trem de diesel
chão de pedras
não mudam rumo.

latinoamericano

pântanos
plátanos
faltanos
la plata.

pantanal

calados
dormimos
embalados
pelo
desfiladeiro
e o rio
encantado.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

mucuri

abraços
de mar
pra minas
gerar
bahias.