sexta-feira, 31 de maio de 2013

istambul

uma luta
enorme
e cheia 
toma
as ruas
e pontes,
enche
as praças,
as travessas
incendeia.

é contra
os muros
e as lojas 
feias que
a pequena
burguesia
chama
shopping
enquanto
nos cerceia.


quarta-feira, 29 de maio de 2013

calendário

  desmaio
        caio
em junho

fora dos campos

os descampados
ao ocupar
o campo
enquadravam
novas vistas.

os empossados
desocupando
o campo
enquadravam
falsas pistas.

fora de campo
ao ocuparem
uns cantos
reescreviam
suas linhas.

calado

sem          palavras

de
              felicidade

silêncio

         solidão
     
                   cidade


terça-feira, 28 de maio de 2013

alicerce

com passos pequenos
de semínimas
compõe-se o firmamento

quarta-feira, 22 de maio de 2013

vazio

excesso
é só riso
é resto
tédio
remédio
pra falta
de tudo.

rojão

nada
acalma
hora
o outra
explodo
granada
o outro
fogo
d'artifício

antes

nem um só desenho
folha em branco
e o poema prenho

duro

    vida
é
    dura
e
    dura
é
   pedra
   que
       permanece
    dura
mesmo que o tempo
    invisível
e  s  f  a  c  e  l  e
                        aos
             poucos
vira
      a  r  e  i  a
                       chão
                       duro.

sábado, 18 de maio de 2013

pelo direito do gozo

estudantes
orgásticos
seus uivos
nem sempre
escutados
irromperam
o silêncio
dos velhos
em seus
palácios
sentados.

o seu gozo
orgiástico
co-rompeu
o hímen
da 'última
filha do lácio'
e fê-los dizer
seu bom
português:
os fodemos,
palhaços.

esses senhores
entre quatro
parede juntados
nos fodem
indecentes
sobre a mesa,
congregados.
e satisfeitos
com o rei-tor
espaçoso,
passam a mão
na nossa bunda
indecorosos.

gritando
nos expulsam
porta a fora
por que
o templo
do saber
não será
o império
do gozo.

sóque a lascívia
empedernida
dos jovens
se debate
em sala
aberta,
goza o novo
e aos trancos
bérra.

sem vergonha,
trepados uns
nos outros
construimos
o andaime novo
e gozamos
todos juntos
ao lutar.
o nosso uivo
tosco e rouco
incomoda
a velha sala
acomodada,
silenciosa,
só lhes resta
expulsar-nos,
o imoral
defenestrar.

à vós, tarados,
urgentes,
com essa
vontade
exitosa,
é preciso
animar a
plebe toda
na novidade
a trepar,
sem medo
de errar.

aos velhos
senhores,
digam que
aguardem,
o dia dos
expulsos
voltarem
suados
gritando
amontoados:
nós os fodidos
não preservamos
palácios castos.

quinta-feira, 16 de maio de 2013

genesistórico

somos
      o que
somos
   cromo
somos.

 somamos
            o que
      fomos
         cromo
somáticos

domingo, 12 de maio de 2013

desatinar

desate tudo
desatinada
decifro furo
outra cilada

sexta-feira, 10 de maio de 2013

poemercado

entender de inflação
não precisa lição
basta viver de salário,
sustentar-se por
um mês, economizar
o não diário sem
qualquer  economês.

frequente o mercado
ao menos uma vez
comprando uma dúzia,
pagando por três.
trabalhando sete dias,
ganhando por seis,
adormecendo jejoado,
acordando, talvez.

quinta-feira, 9 de maio de 2013

frases mentais

saber mais
que
fragmento
frac
          tais.
parece um
      tempo
in     tenso
parece ter
que  saber
         mais.

domingo, 5 de maio de 2013

bem te vi

bom saber-te bem,
sincera saudade
fico bem também.

quinta-feira, 2 de maio de 2013

escritor

escrever
o prazer
um lazer
ou labor.
escrever
pra viver
como um
trabalha
         dor

quarta-feira, 1 de maio de 2013

nascente

a poesia é inevitável
faço porque é fácil
meus versos brotam
palavras minam feito
água matéria prima
insustentável da vida

pro-fundo

fundo
do
poço

re-organismo

outro-si
em-si
por-si só

ideo logia

pra toda estética
uma ética,
articulada poética

futil

frutifico
futurismo
futulivro
frutolivre
fortifico
futilíssima
foto
  grama
         tica