escorro
entre
pedras
broto
rompo
o vão
cavando
corro
acalmo
o chão
decanto
margeio
borbulho
o som
denso do ar
molho
profundo
recanto
despenco
peso
ser rio
sorrio
pro mar
domingo, 23 de novembro de 2014
segunda-feira, 10 de novembro de 2014
sensivel
eu senti que toda casa
abria pra rua, pra lua
pr'alguma parte de marte
eu senti que a minha tara
vinha da luta, uma rota
de fuga preste disparate
eu senti que a minha fala
traria a rusga tão bruta
da ferida que as vezes arde
eu senti que minha asa
abria pra lhufa de vento
tenso que a esticava
eu senti que o corpo voava
solto na brisa fina
que o sol da tarde soprava
eu senti o cisma do tempo,
córrego lento escorrendo
o que a montanha sonhava
domingo, 9 de novembro de 2014
unheimlichet
o exílio permanente
no próprio solo
o deslocamento
o espalhamento
desterro.
empilhados
na cidade grande
segue a diáspora
povos originários
afrika e amérika
o território ausente
identidade trans-plantada
desenterrada.
jamais retornaremos
a qualquer origem
no caminho há uma pedra
há a cidade
há a doença
há o dinheiro
não estamos em casa.
no próprio solo
o deslocamento
o espalhamento
desterro.
empilhados
na cidade grande
segue a diáspora
povos originários
afrika e amérika
o território ausente
identidade trans-plantada
desenterrada.
jamais retornaremos
a qualquer origem
no caminho há uma pedra
há a cidade
há a doença
há o dinheiro
não estamos em casa.
o ato
a augusta
ainda assusta
calçadas brutas
sensação fria
de caça à bruxa.
atravessa
à paulista,
avançando
o meio fio,
o ato sombrio.
o trânsito pára,
o ato passa.
falta água,
falta teto,
alfa villes,
analfabetos,
brooklins
e jardins.
a luta continua
mesmo assim,
sob bomba
e canhão,
periferiativa,
eles não passarão!
ainda assusta
calçadas brutas
sensação fria
de caça à bruxa.
atravessa
à paulista,
avançando
o meio fio,
o ato sombrio.
o trânsito pára,
o ato passa.
falta água,
falta teto,
alfa villes,
analfabetos,
brooklins
e jardins.
a luta continua
mesmo assim,
sob bomba
e canhão,
periferiativa,
eles não passarão!
de pé
tenho um poema e um pé
gravados no peito
marcas de amor, dos afetos
pegadas no meu trajeto,
o roteiro completo.
gravados no peito
marcas de amor, dos afetos
pegadas no meu trajeto,
o roteiro completo.
feitas à pisada, cavadas
com a ponta dos dedos,
a rima do poema dá medo,
é o silêncio no enredo
a distância que sempre há
entre dois pés ao caminhar
a vital necessidade de ficar
lado a lado se cansar
com a ponta dos dedos,
a rima do poema dá medo,
é o silêncio no enredo
a distância que sempre há
entre dois pés ao caminhar
a vital necessidade de ficar
lado a lado se cansar
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