sábado, 20 de julho de 2013

amigua

a melhor amizade
é colorida
forte e indefinida

sexta-feira, 19 de julho de 2013

tempestade

as massas de
dois corpos
unidos
dormem na
madrugada

sonham

a massa
imensa de
ar frio
avança na
madrugada

gela

a massa
inerte de
ar quente
aquece a
madrugada

venta

as massas
de ar se
chocam
trovoa a
madrugada

raios

as massas
dos corpos
assustam
se afastam
na madrugada

acordam

a massa
de todas
as coisas
treme, é
madrugada

ainda

as massas
de ar
revoltas
precipitam a
madrugada

amanhece

as massas
calmas
dos corpos
se enroscam
dia dentro

chove

quarta-feira, 17 de julho de 2013

tudumpouco

não fosse pouco,
valia a pena.
não desse  medo,
fazia a cena.
já que sou louco,
risco poema.

incomunistável

antecipo
antes vivo
depois corro
e retiro
o escopo
mal encosto
só me apoio
no que sinto
me socorro
e liberto
o que havia
me retido
viver mudo
é perigoso
nesse sonho
coletivo
a linguagem
trinca o verbo
sentido não
co-respondido.

tinta

escrever à caneta
é um risco
no tempo-espaço

orvalho

caia o sol
gotas
ficavam

sumia luz
elas
secavam

pela manhã
re
condensavam

segunda-feira, 15 de julho de 2013

tom z

em show dele
fui em sete
sou tipo tiete

complicado

sou complexo
só sexo
assim não rima

refilmo

por trás
da lente
a mente
é o rolo.

o olho não
grafa mas
reflete
o assomo.

transforma
as imagens
não fixadas
ideias fixas.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

aqui dentro

     algo que quer
     sair não sai
     algo que sei
     que finjo
     não saber
     um sufoco
um oco um oco um oco.
     louco
     ouço
     uma respiração
     em mim
     por dentro
     pulsando
     embaçando
     o vidro
     quase
     estilhaçado
     película
     fina 
     que separa
     o eu
     de mim.

queda livre

sui
    ci
       do - me.
                   ca
                    io
                    num
                    bu
                    ra
                    co
                    sem


               FIM.

sabor

gosto é gosto
e gosto assim
de    qualquer
             jeito

perto longe
meio inteiro

gosto do gosto
da cor e cheiro

queria o mundo
sendo isso que
sinto não o que
             penso


pedras

quero ser
um bloco
d'esquerda
arremessado
no meio
de um reaça

quarta-feira, 3 de julho de 2013

menino povo

uma vez em mil
novecentos
e noventa e dois
minha mãe me
ergueu nos ombros
num ato de rua
contra o presidente
vi muita gente
nunca desci de lá.

depois de amanhã

as mesmas faixas,
atos e
gritos de antes,

todas as falas,
atas  e
lutas importantes,

aquelas bombas,
balas e
objetos cortantes,

as nossas armas,
bandeiras e
fatos lacrimejantes,

nossa memória,
recortes e
lutos permanentes.

no passado ainda

nada
de
novo