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fevereiro,
só tens
vinteoito,
mas fiz
trintaeum.
quero fazer
você engolir
este sorriso
pássaros
passando
voando
vão
uma linha
de fuga
pra não
encontar
mais o
verbo
destas
palavras.
vi nome
trocado
na placa
do carro
anagrama
numerado.
encanta
olhar a
mulher
e ver a
criança
que foi,
a menina
que é.
tenho sexto
sentido de bonde
algumas coisas
você não esconde.
meu coração
pus na bandeja,
o resto entrego
onde ninguém
nos veja.
pequenos,
ínfimos,
ridículos,
mas à noite
no quarto
parecem ter
três mil
quilos.
como se
através
passasse
luzdevela.
celulose
emulsionada
emparedando
fotobela.
vou vestir-me
de mim mesmo
e sair assim
desmascarado.
saiu torta
meio insana
esta noite
curitibana.
o homem índio
conduz o barco
protege o lago
me olha fundo.
no olho, ódio.
não me odeia,
mas a minha
figura branca.
a Bolívia,
como uma
mulher
faminta,
estende
a mão,
dependente.
silêncio
frio
o mundo
falando.
Evo cambia.
Bolívia
segue
a mesma.
no quiero
ser el
hombre
blanco.
quem roubou
nossa alma
sul americana?
no deserto
de pedras
são homens
que tremem.
piro
respiro
falta ar
morro
andino.
noite
andina
lua
cheia
ilumina.
nestas alturas
latino américa
é mais pacífico
que atlântico.
homens com
mesmo rumo,
nortúnico,
têm algo
em comum:
bússulas,
antenas,
sonhos.
no ocidente
do ocidente
o acidente
oriental.
no trem
vagam
passageiras
solidões
trem de diesel
chão de pedras
não mudam rumo.
pântanos
plátanos
faltanos
la plata.
calados
dormimos
embalados
pelo
desfiladeiro
e o rio
encantado.