andamos certos de nossas existências
eretos e acoplados ao dia
as vestes
as horas
sem percebermos o gesto rude por trás
da habilidade
do caminhar
o equilíbio
não percebemos o estranhamento
dos corpos a cada interrupção
do silêncio longo da noite
duvidamos não sermos exato o que somos
o bicho por trás da cultura
além do sangue e da pele
além do grunhido gutural
além das casas, das classes,
além dos olhos onde repousa
o nascimento e a morte
tudo escrito nas palmas das mãos
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